Beyonders 4: A ótica dos signos
Uma aula de semiótica planta uma semente na mente de 3 amigos.
"O mundo não é do jeito que ele é. É do jeito que você o vê."
(autor desconhecido)
Algumas horas antes.
8h30.
"Atrasado, sempre atrasado, qual o meu PROBLEMA?"
Samuel corria com os olhos meio fechados por conta da luminosidade nos corredores do CCS - Centro de Ciências Sociais. A abóbada que deixava a luz natural entrar criava um clima aconchegante, quente e muito claro. Chegou apressado e entrou direto pela porta da sala. Ninguém.
– DROGA! Sempre uma pegadinha. - " Calma, Sam, o que você está perdendo?", pensou.
– Samuel, perdido de novo? - uma voz calma e familiar falou com ele, enquanto olhava para o interior da sala pela porta aberta.
– Oi Betty, tudo bem? Sabe onde está sendo a aula de Semiótica?
– Foi transferida para a sala 7. Aparentemente aqui será construído um laboratório de alguma coisa que ainda não sei.
A inspetora de olhos amorosos deu seu bom dia costumeiro e seguiu caminho, corredor adiante. Samuel correu um lance de escadas acima, antes de deparar com a porta fechada da sala 7.
Respirou fundo e entrou. Já sabia o que vinha.
– Samuel! Você está entre nós! Em qual mundo você se perdeu dessa vez? - A Professora não o perdoava, nenhuma vez.
"Isso soa incrivelmente familiar", pensou.
– Você precisa estar mais atento, sr. Samuel - a professora emendou.
"E isso também", piscou.
Samuel Rocha vislumbrou Jota, seu melhor amigo, sentado com os olhos fixos em uma folha de papel, rabiscando absorto e fazendo caretas, como de costume. Ficou estático na porta da sala, parecia estar despertando, de novo, de um sono profundo, daqueles que a gente sabe que sonhou mas não lembra o conteúdo de dois segundos atrás. Nas carteiras atrás de onde ele sentava, Kátia e Letícia tagarelavam baixo, mas alegremente, sobre alguma balada recente, enquanto metade da sala estava entorpecida na luz hipnotizante dos notebooks e smarthphones.
"Por que eu?", pensou enquanto seu olhar se perdia através da professora.
– Tô pegando no seu pé não cara, mas se não começar a estar mais presente, vai bombar na prova, just saying.
A professora era assim, meio moderna, meio descolada, e fazia sucesso. Samuel respirou fundo e foi sentar.
– Trouxe o objeto para a análise de hoje? É prova, você lembrou não é?
Buscou alguém com o olhar. Na carteira ao seu lado um par de olhos azuis profundos, um tanto quanto aliviados e nitidamente decepcionados o encarava. Ao cruzarem os olhares, a sobrancelha de Kate levantou e ele quase pode ouvir seu sermão mental. Sentiu-se péssimo.
– Fui lembrado, profe - disse, enquanto encarava Kate. A professora sorriu.
– Santa Kate - ela sussurou enquanto seus olhos cruzavam com os de Kate. – Sente-se. Todo mundo já começou. As orientações estão impressas na sua mesa. E NINGUÉM VAI EMBORA QUANDO ACABAR PORQUE TEREMOS MATÉRIA NA SEGUNDA AULA. É! isso mesmo.
Samuel abriu sua mochila e mais uma vez sentiu-se mal.
– Profe, na pressa esqueci meu macbook. Tirei a foto para analisar no celular, tudo bem se eu usar?
– Tudo, confio em você - piscou.
Enquanto Sam abaixava a cabeça procurando a foto, a educadora suspirou. Uma pontinha de tristeza invadiu momentaneamente seu olhar. Virou e foi em direção à sua mesa, falando: – MEIA HORA, pessoal, falta meia-hora para acabar! Enviem a análise no email. Nada de mandar por whats, inaceitável heim!
Sentou-se e seguiu observando a sala.
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09h10.
As aulas de Semiótica eram as mais interessantes.
E eram as únicas que Samuel gostava de assistir. Quando falava isso em voz alta soava pro resto da turma meio doido. "Como assim Sam? Semiótica? Tá maluco cara? Ninguém entende esse troço."
Mas ele curtia. Ia além de tudo o que Sam havia aprendido antes.
O curso de Comunicação Social até então havia sido uma experiência não muito empolgante. Estava ali meio forçado, sentindo uma ausência de sentido na vida que ultrapassava os muros da faculdade e estendia-se até sua casa, suas coisas, seus sonhos.
A primeira aula de Semiótica havia aberto seus olhos para outro universo. Sentia-se motivado em aprender algo pela primeira vez desde nem sabia quanto tempo.
Naquele dia, a Professora seguiu falando empolgadamente sobre as categorias universais dos signos, proposto por Charles Sanders Peirce quase um século antes.
– Primeiridade, Secundidade e Terceiridade, povo, anotem! Um método pelo qual todo fenômeno passa pela cognição. Contato, conflito e generalização de tudo o que pode ser percebido por uma mente em potencial.
Isso fazia pra Sam um sentido absurdo e tinha o grande feito de tirá-lo de seus devaneios mais comuns – que envolviam filmes, heróis de quadrinhos ou perder a vida em atualizações inúteis nas redes sociais. Naquele momento a ideia de não prestar atenção na aula depois da chamada da professora parecia absurda pra ele, o que não acontecia com a maioria dos colegas da sala, que acabavam perdendo as aulas por falta completa e total de interesse.
Menos, é claro, para Kate. Era como se para ela tudo fosse interessante, inclusive as aulas de Metodologia Científica ou Pesquisa e Mercado, ambas no topo das nomeadas pelos colegas de “boring classes”, pelo alto grau de desinteresse, das quais Semiótica fazia parte. Era fascinante a facilidade que Kate tinha de aprender os conceitos mais abstratos. Bom, pelo menos dessa vez ele poderia trocar idéias de verdade sobre alguma matéria com ela.
O nome da professora era Gina Caeli. E, por algum gancho que ele havia perdido em seu atual devaneio, agora falava sobre linguagem audio-visual e os três paradigmas da imagem: pré- fotográfico, fotográfico e pós-fotográfico.
– Os três paradigmas da imagem. Alguém aí saberia me dizer o que é paradigma? Alguém arrisca?
Silêncio, normal. Gina continuou, meio desanimada.
– POIS É POVO, está parecendo que vocês estão vivendo um paradigma aqui que precisa ser quebrado – Falou alto e meio irritada, sem paciência. Fez efeito. Pessoas ausentes mentalmente tiraram os olhos do celular e focaram a professora. Dúvidas no ar.
– Um o quê? Perguntou Jota, saindo de seu mundo de rabiscos no papel. Folhas e folhas de desenhos e nenhuma anotação sobre a matéria.
– Ah, Jota, você sabe, esse PADRÃO DE IGNORAR - aumentou o tom para dar ênfase -, que essa turma impôe a qualquer ser ousado que se aventure aqui na frente e tente estabelecer um estado de comunicação com vocês, ministrando aula. - Ela fez uma pausa dramática. - Já se colocaram no meu lugar?
Ela tinha conseguido deixar todos constrangidos. Menos Alessandro, que volta e meia gargalhava alto com seus fones de ouvido, certamente alucinado com algum podcast. Continuou.
– Vocês não se sentem cansados desse padrão? Dessa "tensão" no ar toda vez que precisam participar da aula? Quem entra na turma de vocês, mesmo não querendo, acaba seguindo esse modelo estabelecido pela maioria aqui, do silêncio diante da pergunta, da incerteza se alguém entendeu alguma coisa.
Fez outra pausa e em seguida completou:
– Se isso fosse um paradigma, uma matriz, um padrão a ser seguido, seria muito difícil de ser quebrado. Como se fosse vergonhoso demonstrar interesse.
"Ah, então isso é um paradigma", alguém comentou ao fundo.
– Eu desafio vocês a quebrarem esse padrão, assim como Einsten, Newton, Peirce, Aristóteles, Hipatia de Alexandria, Platão, Picasso, Gandhi, Bono, Steave Jobs, Neil Gaiman, Frank Miller, Doctor Who e tantos outras personalidades, reais ou não.
– Ok, ela me ganhou no Doctor – disse Jota, empolgado, para a colega de trás.
– A profe manja dos paranauês. – falou Jéssica, a colega de trás.
– Sabia que gostariam. São pessoas e personagens que ousaram quebrar as regras, os padrões vigentes, os modelos de comportamento e pensamento e ajudaram no desenvolvimento do progresso humano, na ciência, arte, religião e também diversão. Trouxeram realizações que chamamos de paradigmáticas, pois geraram novos modelos que orientaram os que vieram depois deles. Quantos de vocês tem um iPhone aí no bolso?
Mais de 80% da sala levantou a mão. A maioria, ao ouvir a palavra iPhone, voltou a prestar atenção.
– Um produto paradigmático, copiado ao extremo, esse aí. Rompeu o paradigma do que significava celular. Embora eu não seja muito fã do idealizador.
Olhos atentos. Uma reação inesperada.
– Nossa, vejo que estão quebrando o paradigma do silêncio. E a culpa era da Apple.
Risos.
– Vou fazer um acordo com vocês. Desafio a um trabalho em duplas. O objetivo é trazer cenários atuais que são um padrão comportamental, em comunidade ou partilhado por cientistas de uma determinada linha qualquer, apresentá-los e em seguida trazer novos cenários que ultrapassem o paradigma vigente apresentado. E que seja útil à humanidade.
– Difícil, heim, profe – Berrou Jéssica. Ninguém aqui é gênio, nem cientista ou “experto” em alguma coisa.
Tina retrucou.
– Discordo completamente de você minha cara Jéssicat - um apelido carinhoso. - Não é preciso ser gênio para quebrar um paradigma. É preciso apenas ver o mundo com outros olhos.
Ela ficou em silêncio apreciando a atenção rara dos alunos. Escreveu a data do trabalho no quadro e mudou de assunto.
Sam olhou para Kate e depois para Jota. Jota estava entretido de volta nos desenhos. Kate olhava pra ele. Sorriu. Ele também. Ela fez sinal com as mãos que indicava claramente "vamos fazer o trabalho juntos?" Ele confirmou com a cabeça.
Logo em seguida, Jota acordou do transe de ilustrador no qual se encontrava e olhou pra Sam e chamou o amigo para o trabalho com um gesto, como se já estivesse certo que eles iriam fazer juntos. Ele olhou pra Kate, ela ria.
– Seu sem noção- Sam sussurou e balançou negativamente a cabeça. Em seguida disse um “não” secamente, riu e olhou pra frente. Jota balbuciou um "Comoassim?", mas foi solenemente ignorado.
Jéssica tocou nas costas de Jota, para chamá-lo pro trabalho. Mas ele ainda estava distraído tentava entender o "não" enfático de Sam. Derrubou, no susto, os desenhos no chão. Vários desenhos se espalharam, rabiscos de personagens heróicos.
A Professora parou, se moveu em direção aos desenhos e os juntou, com uma cara séria. Silêncio. Jéssica se recolheu e olhou as unhas. Jota congelou, tenso. Sam olhava dos desenhos para Jota, dele para Kate e dela para a professora.
– Gênio - falou Gina. Jota deu de ombros. Jéssica arregalou os olhos. Sam ficou curioso.
– A senhora falou que não precisava ser gênio, profe – disse Jéssica, desconcertada.
Tina olhou tentando entender do que ela falava, porque sinceramente, raramente entendia o que Jéssica queria dizer.
– Jota, você me deu o gancho perfeito.
O garoto sorriu orgulhoso embora não tivesse a menor idéia do que a professora estava falando. Mas continuou interessado como se soubesse. Jéssica ergueu os olhos, em suspeita.
– People - Gina se dava essas liberdades linguísticas quando estava animada – o que é isso? Mostrou um dos desenhos de Jota para todos.
Kate levantou as mãos.
– Uma prova material da completa dispersão do Jota em sala de aula?
Risos gerais. A professora também riu.
– Além disso, monstrinhos.
Jota se indignou. Mas dois segundos depois devaneou e ficou pensativo, como se ouvisse a professora em outra frequência.
– Um desenho, obviamente. - Susane falou, no canto, suspirando em tom blasé.
– Uma obra de arte - comentou Samantha, em tom sarcástico, mas que deixou Jota cheio de orgulho. Ele sorriu pra ela e ela correspondeu. Jéssica ficou vermelha, irritada.
Jota levantou a mão e revelou o que estava pensando segundos antes.
– É um processo gráfico de transposição imagética por meio de uma produção artesanal sobre um suporte físico, no caso, a folha de papel. Ou seja, é um signo gráfico icônico, pois representa pessoas por semelhança, mas também porque são exemplos de heróis.
Kate abriu a boca. Sam olhou incrédulo. Jéssica sentiu orgulho, sem saber bem o motivo. Alguns esperavam para ver se era para zoar com Jota ou ficarem quietos, conforme o que a professora falasse.
– Agora sim: gênio. – Gina piscou para Jota.
Jota inclinou pra trás, cruzou as pernas e os braços ao mesmo tempo e adotou uma expressão "eu sou o cara". Olhou para Sam e disse, entredentes.
– Sim, eu sei alguma coisa além de desenhar, embora só o que me interesse saber.
Sam revirou os olhos.
– Vocês entenderam o que ele falou? É uma imagem produzida pelo processo artesanal. Qual é o diferencial aqui? O olhar do artista. Esse olhar, nesse caso, é o filtro da realidade.
– E descobre-se que ele não é só uma carinha bonita... - Samantha sussurrou para Susane, encarando Jota com um brilho de interesse. Jéssica ouviu, com ar de indignada.
Gina continuou.
– Esse processo faz parte do que iríamos falar hoje, se o tempo não fosse curto. Os três paradigmas da imagem. Estudem para a próxima aula. Escreveu no quadro:
(1) PARADIGMA PRÉ-FOTOGRÁFICO ou processos artesanais de criação da imagem.
(2) PARADIGMA FOTOGRÁFICO ou processos automáticos de captação da imagem.
(3) PARADIGMA PÓS-FOTOGRÁFICO ou processos matemáticos de geração da imagem: também chamado de gerativo. São as imagens virtuais, digitais, derivadas de uma matriz numérica, simuladas, independentes de uma referência real.
– Isso tem tudo a ver com o que falamos sobre paradigmas. O paradigma artesanal indica metáfora, é o olhar do artista como janela para o mundo.
Algo chamou atenção de Jota nessa afirmação. Gina continuou.
– Alusão a um mundo que não existe, por ser uma representação, a visão de um sujeito. A fotográfica é a Metonímia, como falamos, relação por contigüidade, entre o real e a imagem.
– E aquelas que vocês já nascem sabendo, a pós-fotográfica, a linguagem digital, de web, computadores e afins, como as feitas pelas IA ou programas de edição. Funcionais, experimentais, partindo de um modelo simbólico. Bem-vindos à era virtual, de novo. Estudem.
Tocou o sinal. Polvorosa, todos correram em direção à saída.
– E aí, vamos? Tem exposição de quadrinhos hoje, o evento do sketch draw. Não quero me atrasar. - Jota falava com Sam enquanto arrumava os desenhos na mochila.
– Só um pouco, cara.
Alguma coisa piscava no cérebro de Sam. Ele observou por alguns segundos o que a professora havia escrito no quadro.
– O que você acha Jota, dos três paradigmas?
– Foi a primeira vez que realmente entendi algo nessa aula, bro. - disse e ficou momentaneamente pensativo.
Sam comentou com Jota sobre um filme, Incógnito, onde Jason Patrick interpretava um pintor que fazia réplicas perfeitas do pintor e gravurista holandês, Rembrandt. A cena que mostrava o processo artesanal da pintura era fascinante.
– Imagina, Sam, se a gente pudesse materializar tudo o que imaginasse. Sem precisar rabiscar, nem usar o computador. Seria louco.
– Isso me faz pensar sobre o que é real. Se tudo é signo, o que realmente é real? Matrix feelings. Simulacros e simulações e...
– Aí você tá pedindo demais de mim depois dessa aula toda. Deixa isso para o trabalho, vambora. Quero ir no sketch draw.
Levantou absorto e caminhou ao lado de Jota. Não havia mais ninguém na sala.
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Já haviam caminhado um bom trecho, passando pela biblioteca, quando Sam teve uma sensação estranha de tudo aquilo estar se repetindo. Um déjà vu repentino, que fazia parecer tudo em câmera lenta, a sua respiração parou por dois segundos e os sons baixaram vários decibéis. Foi tirado do transe pelo amigo.
– E aí Sam? Vamos ou não? Tô com fome de sanduíche.
Samuel olhou em volta, assustado. Ele tinha acabado de sair da aula, não tinha? Kate, onde estava Kate? Sua mente foi invadida por um turbilhão de pensamentos, sentia um ataque de pânico se avizinhando. Respirou fundo. Focou em Jota.
– Peraí, Jota, o que você disse?
– Fome, sanduíche. Que houve cara, parece que viu um zumbi.
Samuel sentiu sua cabeça tontear, quando ouviu a voz de Kate: – E aí, vocês vão fazer o que agora?
– Não, não. Kate? Como...tem algo errado.
– Sam, você está ventilando, calma, vem aqui, respira - Kate já tinha experiência com os ataques de ansiedade do amigo.
Jota olhava meio sem saber o que fazer, ficou preocupado.
– Vamos pra sua casa, bro. A gente deixa o sketch draw pra depois.
– Típico, Jota, ainda pensando em ir no sketch draw e largar teu amigo assim?
– Não briguem, vocês dois. Calma, esperem um pouco.
Sentou-se no banco do ponto de ônibus, em frente à biblioteca do campus universitário. Kate sentou do lado dele e segurou forte a mão.
– Sam, você está mais estranho que o normal. Ok, vamos lá. A gente espera você recuperar.
Ele olhou agradecido pra ela. Ele respirou fundo. Uma, duas, três vezes. Na quarta vez sentiu que ia desmaiar. Fagulhas, via pontos luminosos. Segurou mais forte a mão de Kate e lembrou. Um pouco antes de a vista escurecer, olhou para os olhos da amiga.
– Kate, eu preciso... - Silêncio.
Os olhos de Sam de repente ficaram perdidos, como se estivessem olhando através da amiga. Jota sentou do lado.
– Sam, tá tudo bem cara? Você tá tendo outro daquelas crises de ansiedade?
Kate suspirou.
- Sam?
– Oi?
Kate e Jota se olharam.
– Tá tudo bem, senhor Samuel? – Agora a garota de olhos espertos passava certa diversão na voz.
– Sim, sim, tive outra crise né? Gente, desculpem eu...
– Cara, para de pedir desculpas para o que você não pode controlar. Anda, consegue levantar? A gente ia lanchar, vamos comer, vai te fazer bem.
– Sei lá Jota, bateu um desânimo, acho que vou pra casa.
– Ah, tudo bem, dessa vez te perdoo. A gente se vê depois lá no evento. Você vai?
Kate interveio, preocupada.
– A gente vai junto, pode ser? – Jota olhou pra ela, ia protestar, mas ficou em silêncio. – Aí podemos trocar umas ideias de Semiótica antes de começar o trabalho.
– Caraca, vocês acabaram de sair da aula. Mudem a chavezinha no cérebro - Jota bufou.
Sam deu uma risada. – O Jota é assim mesmo Kate, interesse localizado, não dura mais do que o espaço da sala de aula.
– Nem, não dura nem no espaço da sala de aula. Pronto, fui, se quiserem me sigam.
– Ok pentelho. Mas antes vamos dar uma passada rápida lá em casa, quero pegar meu mac.